
A dúvida sobre a inspiração dos livros apócrifos é uma das questões mais debatidas entre cristãos e estudiosos da Bíblia. Esses textos não fazem parte dos 66 livros canônicos da Bíblia, que são amplamente reconhecidos nas tradições protestantes, mas ainda assim, há discussões sobre sua autenticidade e autoridade. A pergunta crucial é: os livros apócrifos são inspirados por Deus?
Neste artigo, vamos explorar o que são os livros apócrifos, como a Bíblia foi formada, os critérios para determinar a inspiração divina e o que as Escrituras dizem sobre esses textos.
O que são os livros apócrifos?
Os livros apócrifos são um conjunto de textos que não foram incluídos no cânon da Bíblia protestante, mas que fazem parte de algumas versões da Bíblia, como a Católica e a Ortodoxa. O termo “apócrifo” vem do grego apokryphos, que significa “escondido” ou “oculto”, e é usado para descrever livros que não foram aceitos no cânon oficial da Bíblia.
Esses livros incluem textos como Tobias, Judite, Sabedoria, Macabeus, entre outros. Embora sejam valiosos historicamente e culturalmente, os livros apócrifos não são considerados inspirados por Deus. Muitos dizem e perguntam se os livros apócrifos foram tirados da Bíblia, mas não, eles simplesmente não foram acrescentados ao cânon.
Como a Bíblia foi formada?
Para responder à pergunta sobre a inspiração dos livros apócrifos, é importante entender como a Bíblia foi formada. A formação do cânon bíblico foi um processo cuidadoso e criterioso, onde os primeiros cristãos decidiram quais livros seriam considerados inspirados por Deus.
Os critérios para a inclusão de um livro no cânon eram baseados em sua autoridade espiritual e doutrinária. O principal critério era a autoridade apostólica, ou seja, o livro precisava ser escrito por uma figura reconhecida como tendo autoridade divina, como um apóstolo ou profeta. Além disso, os livros precisavam ser amplamente aceitos pelas primeiras comunidades cristãs e estar em harmonia com os ensinamentos das Escrituras já aceitas.
O cânon de 66 livros: A posição das Escrituras
O cânon da Bíblia é composto por 66 livros: 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Esses livros são considerados os únicos inspirados por Deus e, portanto, autoritativos para a fé e a prática cristã.
A Bíblia deixa claro que todas as Escrituras são inspiradas por Deus (2 Timóteo 3:16), mas também nos ensina que devemos examinar as Escrituras (Atos 17:11) para discernir a verdade. O fato de que os livros apócrifos não foram incluídos no cânon protestante é uma indicação de que eles não atendem aos critérios de inspiração divina estabelecidos pelas Escrituras.
A posição dos livros apócrifos nas diferentes tradições cristãs
Enquanto a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa reconhecem certos livros apócrifos como parte do cânon, as igrejas protestantes não os consideram inspirados. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que esses livros não estavam presentes no cânon hebraico e não foram amplamente aceitos pelas primeiras comunidades cristãs.
Na tradição protestante, a inspiração divina é atribuída exclusivamente aos 66 livros canônicos, que foram reconhecidos pela Igreja primitiva com base em critérios sólidos de autoridade apostólica e doutrinária. Já a Igreja Católica, por exemplo, no Concílio de Trento, definiu que os livros apócrifos, como Tobias e Macabeus, fazem parte das Escrituras inspiradas, com base em seu uso nas primeiras comunidades cristãs e em sua presença nas versões antigas da Bíblia, como a Septuaginta.
O que a Bíblia nos ensina sobre a inspiração das Escrituras?
A Bíblia é clara ao afirmar que toda a Escritura é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16). Isso significa que os livros que fazem parte do cânon bíblico têm a autoridade divina para guiar o cristão em sua fé e prática.
No entanto, a própria Bíblia nos instrui a testar o que lemos e a examinar as Escrituras com discernimento (1 João 4:1; Atos 17:11). Isso implica que, embora alguns livros apócrifos possam conter ensinamentos valiosos ou históricos, eles não têm a mesma autoridade que os 66 livros canônicos, que foram reconhecidos pela Igreja primitiva como a revelação divina completa e suficiente.
Além disso, Jesus e os apóstolos nunca citaram os livros apócrifos como fonte de autoridade. Ao contrário, a Bíblia, em suas próprias páginas, confirma a inspiração dos livros que compõem o cânon, como em 2 Pedro 1:21, que nos diz que “a profecia nunca foi dada por vontade humana, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.
A conclusão sobre os livros apócrifos
Embora os livros apócrifos possam ter valor histórico, cultural e literário, a Bíblia nos ensina que eles não são inspirados por Deus da mesma forma que os 66 livros canônicos. Os livros apócrifos não atendem aos critérios de inspiração divina estabelecidos pelas Escrituras e não são citados como autoridade por Jesus e os apóstolos.
Como cristãos, devemos confiar na revelação completa das Escrituras, que contém tudo o que é necessário para a nossa fé e prática (2 Pedro 1:3). Isso inclui os 66 livros que formam o cânon bíblico, que são reconhecidos como inspirados por Deus e suficientes para guiar-nos à salvação. Em continuação a este artigo, te convido a ler e entender: O que é a Bíblia?
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